Legalizar é a Maior Barreira Agora


        O câncer hepático é um dos tumores mais comuns e o terceiro maior causador de mortes no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde a incidência de câncer hepático deve aumentar até 2030. Não houve melhora significativa na sobrevivência de pacientes nas últimas duas décadas e os tratamentos atuais são aplicáveis apenas em estágios iniciais do tumor e inclui resistência tumoral, transplante, etc . No entanto há cerca de 50% de reincidência do tumor.
         O mecanismo mais importante na progressão do câncer é a proliferação celular. Por esse motivo, vários estudos testaram a eficácia de agentes que, seletivamente alvejaram importantes vias de sinalização, envolvidas no controle do processo do desenvolvimento tumoral e apontaram relevante melhora no prognóstico/sobrevivência dos pacientes.
         Canabinoides são lipídios mediadores originalmente isolados da planta Cannabis sativa que produzem seus efeitos ativando principalmente dois receptores acoplados à proteína G: receptor canabinoide1 - altamente abundante no cérebro e receptor canabinoide2 - principalmente expresso em células não neurais. Recentemente numerosos estudos evidenciaram o canabinoide como potencial droga antitumoral, garantindo habilidade de redução do tumor em diferentes modelos animais, além de mostrar que mesmo o sintético também é capaz de inibição tumoral.

            Foi descrito que o THC, princípio ativo da maconha, desencadeia a morte celular de glioma humano através da estimulação de uma via de estresse que ativa a autofagia e promove a apoptose.
        Este estudo foi realizado para avaliar a potencial atividade antitumoral dos canabinoides no câncer hepático e os mecanismos responsáveis pela sua ação. Foram achadas em, cultura de células e em ratos de laboratório, tanto na administração do THC natural, quanto do sintético, promoção de morte celular via estimulação de autofagia. A autofagia tem um papel importante no câncer, e a inibição desse processo celular tem sido, portanto, um alvo potencialmente muito importante para a prevenção e o tratamento do câncer de fígado. 
         Os estudos revelaram redução no crescimento do tumor, com aplicação do canabinoides no tratamento. Com estes resultados podem ser apontados outros caminhos para desvendar novas estratégias terapêuticas para tratamento do câncer hepático.



Por Daniela Riesenfeld e Diego Aguiar

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