A Ciência da Erva
A Cannabis
sativa é mais conhecida por seu uso não medicinal. Entretanto, esta erva contém compostos bioquímicos
chamados de canabinóides, dos quais canabidiol (CBD) e Δ9-tetrahidrocanabinol (THC) são os mais abundantes. Ambos componente
estão sendo amplamente estudamos nas últimas décadas em vista de seus efeitos
terapêuticos e imunomodulatórios. Para entender sobre seus efeitos e sua
possível potencialização, foi realizado um estudo acerca da administração de
CBD e THC associados a base lipídica LTC (long-chain tryglycerides) oralmente.
A administração oral de CBD e THC associados
à LTC obteve uma grande melhora no linfonodo mesentérico se comparada à
administração sem LTC. CBD e THC atenuaram a frequência de linfócitos TCD3+, que
produzem citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IFN-ƴ. Nesse caso, THC mostrou
possuir ação similar ao CBD no IFN-ƴ, porém reduziu a expressão de TNF-α. Foram
testados os efeitos do CBD e THC na proliferação de células mononucleares do
sangue periférico (PBMCs) isoladas do sangue humano.
Houve inibição na
proliferação de PBMCs em voluntários saudáveis. Foi avaliado o potencial
terapêutico focando em canabinóides lipofílicos para o sistema linfático
intestinal de pacientes que sofriam de doenças autoimunes. Nesse grupo, CBD e
THC suprimiram a proliferação de PBMCs pela metade da concentração observada em
voluntários saudáveis. PBMCs isolados de voluntários saudáveis obtiveram
diminuição da expressão de TNF-α, IFN-ƴ e IL-17A pelo CBD, porém nenhum efeito
foi observado no caso do THC. Para PBMCs isolados de pacientes com esclerose
múltipla, houve maior efeito imunossupressor de CBD e THC na expressão de
citocinas do que em células isoladas de voluntários saudáveis.
É fato que canabinóides
são usados para doenças como esclerose múltipla e para alívio de náusea e
vômito que acometem pacientes que fazem quimioterapia. Os fitocabinóides são
ótimas opções porque favorecem o transporte linfático intestinal, que é o maior
reservatório de células imunes do organismo, ainda mais associados a lipídeos.
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Por Isabelle Aleixo, Anna Marinho e Diego Aguiar
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