Biomarcador não contextualiza tumor – A importância do contexto no tratamento de tumores

Nas últimas décadas, as tecnologias de perfil gênomico evoluíram, onde foram realizadas análises abrangentes de câncer em diferentes tecidos e órgãos. As descobertas chocaram os especialistas ao perceber que biomarcadores de tipos de câncer específico também atuavam em câncer de outros sítios anatômicos. Sendo assim, já que marcadores são compartilhados, o modo tradicional de avaliação, com base no tecido e órgão de origem, deve ser substituído por uma classificação de acordo com o fenótipo molecular, com base nas alterações partilhadas por tumores.


Esse compartilhamento pode representar vulnerabilidades dos tumores que levaram os oncologistas a administrar medicamentos que mostram eficácia com um tipo específico de câncer, em tumores diferentes, porém com o mesmo marcador genômico, os chamados ensaios guarda-chuva, culminando na criação do Instituto Nacional do Câncer de Análise Molecular e Escolha de Terapia (NCI-MATCH), que vão analisar amostras de mais de 5000 pacientes para identificar alvos potenciais. Essa análise renderá dados importantes acerca da viabilidade e eficácia de certos tipos de tratamentos.


         Mas, como nem tudo na vida são flores, estudos recentes apontaram que a eficácia destas drogas depende do tipo anatômico do câncer, ou seja, evidências mostraram que mesmo os tumores com biomarcadores iguais, não respondiam de maneira semelhante ao mesmo tratamento, por exemplo, uma das mutações em marcadores compartilhados analisado mostrou eficácia no tratamento de melanoma e leucemia, mas falhou em outros tipos de tumor, provando assim não ser válida a suposição de que a mutação em um marcador se comporta de maneira idêntica independente da posição anatômica do tumor.


Um estudo mostrou que a sinalização de um fator oncogênico pode variar significativamente entre diferentes tecidos. O fato da expressão gênica de um câncer estar quase sempre presente em uma grande quantidade de tecidos, não se limitando apenas aquele onde ele se origina, sugere a influência de outros fatores para o desenvolvimento do tumor, como as características da célula de origem ou a função oncogênica específica do tecido. E, também, procurando provar que os fatores ambientais influenciam na eficácia do tratamento, resposta e resistência do tumor.

Já que para o autor o estudo do câncer deve ser multidimensional, levando em conta vários aspectos, tipo de órgão, contexto ambiental, coexistência de mutações em marcadores genéticos.

Após um estudo complexo, foi observado que o cuidado com um tipo de tumor não pode ser extrapolado a partir de tratamentos usados em outros casos com a mesma expressão molecular. É muito importante um entendimento do funcionamento dos mecanismos moleculares envolvidos em tumores de tecidos específicos e suas respostas às drogas usadas.

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Por Thaís Viana, Livia Maia, Romulo Fagundes, Leticia Kobayashi, Isabella Coscarella e Diego Aguiar

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