O Fósforo é Um Catalisador para o Crescimento das Árvores


    Alguns elementos químicos são essenciais em diversos processos biológicos das plantas. Entretanto, a disponibilidade desses elementos no solo nem sempre é abundante. O fósforo é um deles, muitas vezes o mais escasso no ambiente. Trata-se de um elemento químico de grande importância em processos como crescimento e divisão das células, fotossíntese e até mesmo respiração. A disponibilidade desse elemento no solo impacta diretamente a produtividade primária em ecossistemas inteiros, como as florestas tropicais. 

      Curiosamente, nenhum estudo conseguiu explicar a manutenção desse elemento nos solos de florestas tropicais de baixa altitude. Segundo a teoria biogeoquímica, deveria haver pouco fósforo disponível por serem solos antigos e sujeitos a intempéries constantes (eventos climáticos extremos). 




       Então como essas florestas mantêm-se vivas e tão ricas em espécies? Pesquisadores avaliaram o crescimento de mais 541 espécies de árvores ao longo do Istmo do Panamá, onde há um gradiente de disponibilidade de fósforo e concluiram que sua limitação afeta indivíduos, mas não afeta a comunidade como um todo porque também há espécies que crescem em solos inférteis. Quase todas as espécies analisadas respondem positivamente ao incremento de fósforo, crescendo mais rapidamente, porém poucas são dependes de uma grande quantidade do elemento químico. 

      Assim a riqueza de espécies de plantas dessas florestas se mantém, apenas substituindo os tipos de plantas de acordo com a disponibilidade de fósforo. Além disso, quando os níveis do elemento químico estão muito baixos, são disparados gatilhos genéticos que levam à maior produção de enzimas fosfatase pelas plantas. Essas enzimas atuam no solo aumentando e acelerando a retirada de fósforo da matéria orgânica. 

      O estudo permitiu observar que a comunidade de plantas de florestas tropicais parece estar adaptada aos diferentes cenários de acordo com a disponibilidade de nutrientes, mantendo sua exuberância com diferentes composições de espécies. A análise também contribui para o entendimento de como essas florestas responderão às mudanças climáticas no futuro.

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Por Leonardo Lanna, Erick Lopes-Filho e Diego Aguiar


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