Alguns mRNAs são capazes de escapar da clivagem. Saiba como!

Cliva-me se for capaz.
           Os vírus são seres simples basicamente formados por uma cápsula proteica que envolve seu material genético (RNA, DNA, ou os dois). Eles não possuem metabolismo próprio e por isso são parasitas obrigatórios, e só podem se reproduzir no interior de uma célula hospedeira. Para realizar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de um ambiente com ribossomos e outras substâncias necessárias para efetuar a síntese de suas proteínas e a multiplicação do seu material genético.
          Para parasitar células vivas, os vírus possuem diversas estratégias que os permitem fazer a utilização da maquinaria de reprodução celular. Alguns possuem estratégias que bloqueiam o hospedeiro a partir da decomposição de seu RNA mensageiro, o qual é responsável por levar as informações do DNA da célula até o ribossomo, a fim de realizar a síntese de proteínas na célula. Essa degradação é possível através de uma ou mais clivagens endonucleolíticas (uma espécie de fragmentação) do MRNA, realizadas com a ajuda de proteínas chamadas SOX.
Figura 1: Esquema do herpesvírus, capaz de realizar a clivagem endonucleolítica.
          No entanto, alguns mRNAs são capazes de escapar da clivagem e permanecerem expressados ​​no citoplasma, como é o caso do RNA mensageiro que realiza a síntese de uma proteína chamada IL-6. Esses “fugitivos” podem utilizar múltiplos mecanismos para não serem fragmentados, como a perda do sítio de ligação para as proteínas que realizam a clivagem ou até mesmo a evasão ativa dessas proteínas. Esses mecanismos descobertos até agora são elementos celulares os quais desempenham papéis dirigidos pelo hospedeiro no regulamento de suas transcrições, sendo possível que alguns mRNAs tenham alguma capacidade anti-viral, tornando seu estudo de grande importância para a área médica e acadêmica.

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                    Por Ana Clara Rodrigues, Rodrigo Indio, Dimitri Marques e Diego Aguiar


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