Um novo estudo sobre genética evolutiva, mais respostas... E mais perguntas

             
               

                Você sabe o que é uma levedura? Acredito que muitos lembram que eles são extremamente importantes economicamente, pois servem para a produção de vinho, pães e cervejas, afinal são fontes de etanol e dióxido de carbono. Porém, sua aplicabilidade consegue ir mais além, com a possibilidade de realizar-se estudos relacionados a mutação e no processo evolutivo, e a espécie mais utilizada em todas essas situações é a Saccharomyces cerevisiae.   
              Durante este estudo além da Saccharomyces cerevisiae, foi utilizado uma outra espécie, a Lachancea kluyveri, com o objetivo de fugir um pouco do modelo padrão, que se baseiam nas mesmas espécies. A levedura Lachancea kluyveri divergiu do gênero Saccharomyces há mais de 100 milhões de anos, por um evento de duplicação, e apesar de as duas terem o mesmo ciclo de vida, são espécies muito distantes. Por isso, o objetivo foi estudar as diferenças do genoma entre essas duas leveduras, e como cada uma se comporta em constantes recombinações genéticas, focando no fungo L. kluyveri.
                Relembrando que a recombinação genética é a troca aleatória de material genético durante a divisão celular. Essa troca aleatória é o grande responsável pela variabilidade genética encontrada e um dos principais motivos de encontramos uma diversidade tão grande de espécies por todo o mundo.  
          As diferenças encontradas foram bem marcantes, sendo elas: uma menor taxa de recombinação, uma maior freqüência de cromossomos segregando sem qualquer cruzamento e a ausência de recombinação no braço cromossômico contendo o locus sexual. Curiosamente, Lachancea kluyveri apresentava uma fonte inesperada de diversidade genética e consequentemente fenótipa, graças a sua capacidade de retornar ao estado mitótico, em momentos de stress, no meio de um processo de meiose.
             A partir dos resultados obtidos, é possível concluir que a evolução do genoma está fortemente ligada ao comportamento da divisão celular e à paisagem de recombinação. E por fim, os resultados inesperados com a espécie Lachancea kluyveri mostram a importância de realizar experimentos com outras espécies, e nos mostram mais uma vez que o estudo evolutivo ainda possui um grande caminho de descobertas e há muito a ser explorado.


                                       
                                                  Por  Juliana Bulchi, Rodrigo Silva, Dimitri Marques e Diego Aguiar

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