Está por dentro ou por fora? Variações intra e extra-hepáticas

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O conhecimento da anatomia da árvore biliar e suas principais variações é essencial por vários motivos, como fornecer informações pré-operatórias precisas para os cirurgiões e radiologistas, a fim de reduzir o índice de complicações relacionadas ao procedimento, pois a constatação de uma variante anatômica de um dos sistemas biliares representaria um sinal de alerta, surgindo a necessidade de verificação também no outro sistema. 


O procedimento conhecido como colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM), provou ser uma excelente técnica para a avaliação da anatomia e patologia do sistema pancreatobiliar. A CPRM permite adquirir imagens transversais de alta resolução, projeção bi e tridimensional, sem associação a exposição à radiação e ao não uso de meios de contraste na realização do procedimento, necessitando apenas de um simples copo de suco para avaliar a anatomia. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de variações anatômicas nas vias biliares intra-hepáticas em relação às características demográficas e clínicas em uma grande população de estudo composta por pacientes que necessitam de CPRM para várias condições clínicas, explorando possíveis associações entre intra e extra-hepáticas variantes biliares. 


Logo, um resultado importante que surgiu no presente estudo foi a forte correlação entre a presença de cálculos biliares na CPRM e a detecção de variantes biliares intra-hepáticas, juntamente com a idade avançada e um ducto biliar extra-hepático mais longo, a presença de uma variante do ducto biliar intra-hepático surgiu como um forte fator preditivo para cálculos biliares. Essa evidência permitiria a identificação daqueles sujeitos em maior risco de litíase- doença que consiste na formação de pedras- que podem se beneficiar de acompanhamentos mais rigorosos com ultrassom ou CPRM. Contudo, apesar do estudo apresentar pontos fortes, possui diversas limitações: resultados da CPRM não foram comparados com nenhuma outra modalidade investigativa, foram analisados pacientes de um único centro médico e os exames avaliados por um único radiologista. 



Texto e imagem elaborados por Izabella da Silveira Guedes e Lavinia Muniz de Lima

Revisado por Eduarda Azevedo Ferreira

Publicado por Diego Aguiar e Eduarda Azevedo Ferreira


     

             



Link: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/joa.13808


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