Febre Oropouche: O Vírus Camuflado

O vírus Oropouche (OROV), referente à família Peribunyaviridae e ao gênero Orthobunyavirus, foi reconhecido no Brasil em uma preguiça Bradypus tridactylus em 1960. A partir disso, quatro genótipos do vírus foram identificados em surtos no Panamá, Brasil, Peru e Trinidad e Tobago. A febre Oropouche é identificada pelos sintomas clínicos típicos como febre, mialgia, artralgia, dor de cabeça, fotofobia e erupção cutânea. Sinais adicionais incluem exantema morbiliforme, náuseas, diarreia e sintomas oculares, com casos de hemorragias superficiais e gastrintestinais. A infecção pode evoluir para meningite asséptica, e aproximadamente 56% dos pacientes apresentam recidiva clínica.

O vírus transita em áreas silvestres entre vertebrados como aves, macacos e roedores, e é transmitido por mosquitos como Ochlerotatus serratus e Coquillettidia venezuelensis. Já em áreas urbanas, os seres humanos atuam como hospedeiros amplificadores, com o mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim, sendo um vetor urbano primário.O diagnóstico da febre Oropouche é difícil devido à sua semelhança com outras arboviroses. Métodos como PCR em tempo real e ensaios sorológicos são cruciais para diagnóstico rápido e eficaz do vírus, uma vez que não existem vacinas específicas disponíveis e o tratamento fundamenta-se principalmente no alívio dos sintomas.A epidemiologia do OROV abrange várias regiões das Américas. Estratégias integradas de controle de vetores e vigilância epidemiológica contínua são cruciais para minimizar seu impacto na saúde pública.

Sendo assim, a união de cientistas, profissionais de saúde e autoridades é crucial para evitar novas epidemias e proteger a população afetadas pelo vírus Oropouche.

REFERÊNCIA: SILVA, J. W. P. Vírus Oropouche: Epidemiologia, vetores e diagnóstico. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 6, n. 7, p. 10–20, 1 jul. 2024. 


Referência: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3552421/

Escrito por Fernanda Kristhina Oliveira dos Santos Hipolito, discente do curso de Farmácia da UERJ-ZO.

Revisão textual por Eduarda Azevedo Ferreira

Publicado por: Diego Aguiar e Eduarda Azevedo Ferreira


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