Enchentes e Roedores

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, causada pela bactéria Leptospira. Os principais causadores dessa bactéria são roedores, e a infecção humana ocorre pelo contato direto da pele ou mucosas com urina de animais infectados. Os sintomas iniciais são inespecíficos, como febre, mialgia e cefaleia, seguidos por dor na panturrilha, prostração, vômito e icterícia. A doença pode evoluir para formas graves em cerca de 15% dos casos, principalmente se não houver diagnóstico e tratamento precoce. 

No Brasil, a leptospirose é endêmica e ocorre durante todo o ano, com maior incidência em comunidades carentes, pós-enchentes, e em áreas rurais. O estudo epidemiológico, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), analisou casos confirmados de leptospirose de 2007 a 2016. Foram registrados 39.263 casos confirmados e taxa de letalidade de 8,9%. As regiões Sudeste e Sul apresentaram o maior número de casos na maioria dos anos. Os indivíduos mais afetados foram homens, principalmente na faixa etária de 20 a 34 anos. A maioria das infecções ocorreu em áreas urbanas, devido à alta densidade populacional, más condições sanitárias e urbanização acelerada que favorece a presença de roedores. 

Sendo assim,  a leptospirose é uma doença  emergente de grande importância no Brasil, destacando a necessidade de vigilância contínua, diagnóstico precoce, e tratamento adequado. Medidas de prevenção e controle devem incluir o controle de roedores, proteção ao trabalhador, melhorias sanitárias e notificações compulsórias rápidas para prevenir surtos e epidemias.

Referência: FLOR‌ES, D. M. et al. Epidemiologia da Leptospirose no Brasil 2007 a 2016. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 2, p. 2675–2680, 2020. 

Escrito por Fernanda Kristhina Oliveira dos Santos Hipolito, discente do curso de Farmácia da UERJ-ZO.


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