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A seleção natural modulou o fenótipo do corpo humano sexualmente diferenciado

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 Há uma incerteza a cerca da historia evolutiva do dimorfismo sexual em humanos. Uma hipótese bem difundida é de que os níveis de diferenças físicas entre homens e mulheres teriam reduzidos significativamente após a transição agrícola, com divisão de trabalho mais igualada e adoção de novas tecnologias. Um trabalho com dados de mais de 300 mil participantes foi realizado para testar essa hipótese. Os dados foram obtidos do Biobank do Reino Unido e foram analisadas variantes genéticas associadas a cinco fenótipos humanos sexualmente diferentes: altura, massa corporal, percentual de gordura corporal e circunferências do quadril e da cintura.  A abordagem que foi aplicada para identificar estas variantes genéticas foi o estudo da associação genômica ampla (GWAS), que busca correlacionar determinado polimorfismo (em especial os SNPs – polimorfismo de nucleotídeo único) a determinado fenótipo específico. Este trabalho buscou encontrar sinais de seleção positiva recente (~ 3.000 anos) de SNP

Gremlin age sobre o desenvolvimento Neural

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 A sinalização da proteína morfogenética óssea (BMP) é necessária para a maturação estrutural e funcional de cérebro durante o desenvolvimento do sistema nervoso, não estando claro como os moduladores endógenos da sinalização BMP regulam esse processo. Para compreender mais qual o papel da sinalização BMP, focamos na expressão e no funcionamento do seu antagonista Grem1 no desenvolvimento neural de camundongos, mostrando que essa expressão marca neurônios glutamatérgicos das camadas V e VI comprometidos no cérebro embrionário desses indivíduos. Para entendermos a importância do estudo em camundongos para o âmbito humano, foram reanalisados dados de scRNA-seq (sequência de RNA único) humanos disponíveis, classificados com base na presença ou ausência de GREM.  Este estudo mostrou que receptores BMP são expressos em neurônios corticais da camada superior e mais profunda, embora com padrões de expressão de tipo específico da célula para cada receptor. Enquanto no córtex de camundongos, as

Um novo olhar da SMAD2 na Diferenciação Miogênica

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 A musculatura esquelética de adultos, após uma lesão, possui uma grande capacidade de regeneração devido a células precursoras miogênicas, chamadas de células satélites, encontradas entre a sarcolema da fibra muscular e a membrana basal. Em tese, a miogênese esquelética do adulto é um processo organizado, conhecidos como fatores reguladores miogênicos (MRFs), com capacidade de converter células não miogênicas para miogênica por meio da regulação positiva de genes específicos do músculo. Fatores de transcrição, SMAD2 e SMAD3, possuem papeis importantes, contudo, estudos com camundongos apontam que mesmo com ausência de SMAD3, ainda permanecem vivos e férteis, mas, a deleção de SMAD2 é letal para embriões, sugerindo que, durante o desenvolvimento, SMAD2 é de maior relevância. Análises revelaram que na ausência de SMAD2, cuja atividade é regulada por membros da superfamília do fator transformador de crescimento β (TGFβ) e necessário para uma eficiente diferenciação miogênica em um mecani

PNKP cuida da integridade das células tronco

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  A preservação de mecanismos de resposta a dano no DNA (DDR) é imprescindível para manter a integridade genômica, pois reconhece e corrige ativamente as lesões. A polinucleotídeo quinase fosfatase (PNKP), que desempenha um papel crucial no reparo de quebras de fita de DNA, é uma enzima de processamento de DNA bifuncional que catalisa a restauração dos terminais 5'-fosfato e 3'-hidroxila. Em camundongos, a perda global de desenvolvimento de Pnkp no SNC é embrionariamente letal. Sendo assim, foram gerados camundongos transgênicos para investigar o papel de Pnkp em animais pós-natais. Foram observadas diferenças nos fenótipos decorrentes de mutações PNKP em humanos e naqueles observados em camundongos Pnkp KO.  O comprometimento neurológico é a principal característica fenotípica das mutações PNKP humanas. Entretanto, nos camundongos Pnkp KO, foram encontradas duas outras populações de células progenitoras que também foram comprometidas: as essenciais para o crescimento normal de

O modelo animal como ferramental para estudar transtornos mentais

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O modelo animal é uma ferramenta fenomenal para estudar transtornos do desenvolvimento presentes no nascimento ou que surgem durante a infância. Estes transtornos levando a deficiências físicas ou intelectuais, tais com efeitos de longo prazo na morbidade. De acordo com um estudo dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças, uma em cada seis crianças nos EUA tem uma deficiência de desenvolvimento que afeta sua educação e estilo de vida. O modelo animal tem nos ajudado a entender a base genética destas doenças, e assim nos permite criar estratégias para tratar estas doenças no futuro.   Créditos: Developmental Disorders Autores: Kirsty M. Hooper, Monica J. Justice e E. Elizabeth Patton Dis Model Mech (2021) 14 (9): dmm049268. Fonte: https://journals.biologists.com/dmm/article/14/9/dmm049268/272141/Developmental-disorders-Journal-Meeting-a?fbclid=IwAR29jd1fORW_4rRZqSeXZN1yW0p08n7hPPPVizG0fvR2vk4ZUcvRFVmKoLw

Babacologia é a Ciência do Futuro

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Antes de ser classificado como neologista, eu explico. Etimologicamente, o adjetivo babaca remete ao tolo, ingênuo ou simplório. O logia , vem do grego lógos , que significa estudo, tratado ou teoria. Sendo assim, Babacologia é a ciência que estuda o tolo ou a falsa inteligência. Totalmente livre e desvinculado de qualquer tipo de sentimento de superioridade, sobre a influência de Diógenes, vou discutir aqui esta fantástica ciência. Múltiplas questões ainda precisam ser respondidas, ou pela antropologia ou pelas ciências sociais. Quantos anos vivem? Como evitar a reprodução? Tem tratamento? De onde vem suas habilidades especiais? Por que eles são tão perigosos? Entende-los é a única opção. Fato é que estamos vivendo a ascensão do tolo. Ele tem voz e usa sem moderação. Ele é eloquente, se acha conhecedor do mundo e sabe em certa medida um pouco de tudo. Ele é sempre firme e se posiciona sobre qualquer assunto, sem se responsabilizar pelo que cativa. Ele não considera a importância da

O incrível cérebro fetal humano

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Sabe-se que grandes mudanças ocorrem no cérebro durante o período fetal e no seu desenvolvimento, para isso estudos foram realizados na Universidade de Kyoto, em que foram analisadas a morfologia e morfometria do cérebro humano no período embrionário (até 8 semanas) e pós-embrionário (9 a 13 semanas). Foram utilizadas 21 amostras anônimas de embrião humano e espécimes fetais e separadas em cinco grupos para o estudo, através de ressonância magnética foi possível observar imagens do cérebro durante o período fetal inicial por meio de visualizações seccionais médio-sagitais que foram reconstruídas em 3D. Pode-se analisar a morfometria, medindo os volumes através de divisões nos tecidos cerebrais e ventrículos e a largura do cérebro foi medida por meio de uma visão dorsal das imagens.  Os resultados apresentaram mudanças morfológicas e morfométricas nas partes internas e externas do cérebro. Houve crescimento do córtex cerebral e mudanças de proporções lineares com o crescimento cerebral,