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Os limites da embriologia sintética

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  Os limites dos tecidos são uma característica onipresente em animais, pertencendo a estruturas multicelulares complexas, ela permite a coexistência, desenvolvimento, moldar e organizar sinais que diferentes células e órgãos devem enviar ou receber possibilitando o surgimento de funções. Os limites podem ser definidos como descontinuidade no tecido ou na transmissão de substâncias químicas e informações mecânica ou intracelulares. O estudo desses limites, in vivo, possui limitações, logo tornou-se necessário seu desenvolvimento sintético. Utilizando como base duas observações marcantes: capacidade das células de organizar e classificar domínios e a capacidade dos tecidos de formar estruturas nítidas quase invisíveis entre eles, foram analisados embriões de rã e a observação gerou a hipótese que as células possuem afinidades teciduais e isso permite reconhecer os tecidos. Outra área que chamou atenção foi a “hipótese da tensão interfacial diferencial", que foi explicada como decor

Diversidade morfológica e funcional das microvilosidades apicais.

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As microvilosidades são projeções da membrana plasmática sustentadas por citoesqueleto polimerizado por proteína actina, conhecidos como microfilamentos. A actina é a proteína intracelular eucariótica mais abundante. Para que a estrutura da morfologia das microvilosidades exista e seja definida, é essencial que haja um alinhamento firme entre a membrana plasmática sobrejacente e o núcleo interno do citoesqueleto. Em diferentes tipos de células por todo o corpo, incluindo células epiteliais e imunes, existem microvilosidades, podendo adaptar-se de acordo com a necessidade de onde se encontram no organismo, através de modificações na largura, no comprimento do núcleo da actina, no complemento de proteínas de ligação à actina, proteínas de membrana e componente da matriz extracelular circundante. As microvilosidades ampliam a superfície da membrana plasmática aumentando sua eficiência para as trocas com o meio extracelular. Esse mecanismo celular ocorre de diversas formas, dependendo do t

Melatonina, a heroína das células neurais

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A produção do neuro-hormônio melatonina, pode ser usado de maneiras inovadoras no ramo da neurociência, visto que a sua presença ou seu déficit acarreta em algumas alterações fisiológicas. Ela pode auxiliar na defesa contra neuro-inflamação e nas alterações que ocorrem em áreas cerebrais envolvidas na regulação emocional, exemplo: cérebros com transtorno depressivo maior (TDM). A melatonina é um neuro-hormônio considerado um moderador chave, sugerida como uma substância neuroprotetora que pode ter efeitos citoprotetores, além de regular o ritmo circadiano e consequentemente o ciclo sono-vigília. Sua alteração pode evidenciar diversas patologias como um dos sintomas do transtorno depressivo maior (TDM).logo quando o nível de melatonina decai, há uma desregulação ciclo do sono, tendo efeitos como insônia (perda do sono) ou hipersonia (excesso de sono) já que a mesma é produzida no escuro, enquanto dormimos. Portanto, a melatonina pode ser utilizada como um hormônio sinalizador de doenças

Avanço Em Pesquisas Contra O Hiv-1: Transplante De Medula Óssea Com O Gene Ccr5δ32/Δ32

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  Já se passaram 40 anos desde o início da epidemia do HIV, e neste tempo houve um grande desenvolvimento técnico-científico onde pesquisadores buscaram por anos uma remissão definitiva. Apesar de ainda não terem encontrado, os avanços na área foram inestimáveis, graças à biologia molecular e à terapia gênica. Logo no início deste ano foi anunciado o quinto paciente com remissão da HIV-1 a longo prazo, onde células tronco de um paciente resistente ao vírus de imunodeficiência humana foram passadas para um paciente com leucemia por meio de um transplante de medula óssea. O receptor de proteína CCR5 possui uma mutação incrivelmente rara que dá ao seu portador imunidade ao vírus HIV, que é codificado pelo gene CKR5 (CCR5). Sua mutação é conhecida pelo nome CCR5Δ32/Δ32 , e essa alteração no gene gera uma proteína não funcional e nessa mutação ele acaba por sofrer a deleção de 32pB, afetando regiões de proteínas que envolvem a membrana celular e impede a replicação viral dentro da célula. P

Eliminação de Vírus Alfa através do Complexo de Golgi.

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  Dentro da célula há uma organela chamada Complexo de Golgi, esta organela é responsável por transportar substâncias de dentro da célula para fora. Em um artigo científico publicado em 22 de setembro de 2022 pela aliança da vida científica, foi comprovado que o Complexo de Golgi possui uma outra importante função, a capacidade de modificar a sua própria estrutura para llidar com espécies de vírus alfa, como por exemplo: os vírus da Chikungunya e o Vírus da Encefalite Equina Venezuelana. Sendo assim o primeiro passo para eliminar o vírus indesejado de dentro da célula, seria empacota-lo em esferas de proteína, chamadas de núcleo proteico, em seguida o Complexo de Golgi utiliza 4 diferentes classes que desempenham uma função em comum, a de capturar essas esferas e juntá-las em um grande grupo denominado CPV-2. Por fim, o CPV-2 é conduzido até a borda da membrana plasmática, onde todos são descartados para fora da célula. A conclusão do estudo foi a descoberta da capacidade adaptativa do

Já pensou em criar seu filho numa placa de cultura?

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  Modelos de células-tronco embrionárias é um assunto extremamente delicado tanto em questões de estudos como propriamente praticado. Experimentos e testes possibilitaram uma possível “criação”, por meio de células tronco, de uma estrutura semelhante à de um embrião. O objetivo deste estudo não foi, propriamente, produzir embriões in vitro para que possam ser implantados em um ser humano e sim o motivo para tal criação foi facilitar o estudo dessas estruturas fascinantes. É consenso que o embrião é um corpus minúsculo e quando alocado no interior do útero de um mamífero, por exemplo, fica obscuro impossibilitando estudos avançados. A fim de contornar esse empecilho os pesquisadores se voltaram para o uso de células-tronco embrionárias pluripotentes (que podem se diferenciar em quase todos os tecidos) de camundongos para construir estruturas sintéticas semelhantes a embriões in vitro. O estudo mais desenvolvido dessas estruturas pode ajudar no entendimento e tratamento de malformações c

Golgi e sua peculiar arquitetura

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O complexo de Golgi representa uma longa fita de pilhas achatadas que realiza a síntese de oligossacarídeos, produção de organelas e faz o empacotamento e transporte de substâncias oriundas do retículo endoplasmático. No entanto, quanto mais sabemos sobre suas funções, mais questões surgem levando os cientistas a grandes debates. Nisso, sabe-se que a estrutura responsável pelo recebimento e pela emissão de vesículas é independente do complexo de Golgi e por sua organização que difere consideravelmente entre as diferentes espécies, tornando difícil a definição e representação geral desta organela. Nas células vegetais, sua organização é lindamente disposta em camadas em unidades de pilha única, que estão espalhadas no citoplasma. Em animais vertebrados como mamíferos, as pilhas de Golgi estão concentradas na região próxima ao núcleo celular na forma de fita. Em algumas leveduras, as pilhas de Golgi não se acumulam e estão espalhadas individualmente no citoplasma.  Por Luiz Felipe e Yure