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Mostrando postagens de 2024

Por trás dos bastidores: morfologia da siringe de avestruz e implicações para entender a evolução vocal em aves.

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  A siringe é o órgão vocal das aves, localizado na base da traqueia. É onde ocorre a produção de sons em aves, funcionando de maneira semelhante às cordas vocais dos mamíferos. A produção vocal em aves, especialmente em pássaros canoros, tem sido amplamente estudada. No entanto, informações detalhadas sobre aves não canoras, como o avestruz, têm sido limitadas. Um estudo visou descrever a anatomia da siringe em avestruzes em três estágios de desenvolvimento após a eclosão, bem como em adultos machos e fêmeas, utilizando técnicas de dissecação e tomografia computadorizada. Essas análises detalhadas proporcionam uma compreensão mais completa da relação entre a anatomia da siringe e a produção vocal no avestruz. O estudo aborda a morfologia da siringe do avestruz, destacando a falta de fusão de anéis e músculos intrínsecos. Além disso, discute nuances pouco documentadas, como mudanças na geometria dos anéis ao longo do desenvolvimento e a presença de uma estrutura cartilaginosa adicional

De volta à era mesozoica

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"Rauisuchia” compreende um grupo diversificado de arcossauros pseudosuquianos que habitaram diferentes regiões do mundo durante o período Triássico. Historicamente, sua taxonomia tem sido objeto de debate, mas análises filogenéticas recentes os posicionam como paracrocodilomorfos pseudosuquianos, divididos em Poposauroidea e Loricata. Na América do Sul, oito espécies foram identificadas, distribuídas entre a Argentina e o Brasil, com destaque para Fasolasuchus tenax e Prestosuchus chiniquensis. Estudos microestruturais têm fornecido insights valiosos sobre a paleobiologia desses animais, embora sua investigação ainda seja limitada. Osteodermas são alvos comuns de análises histológicas, revelando uma estrutura trilaminar e variações na microestrutura. A análise de ossos apendiculares em quatro espécies também oferece pistas sobre seu crescimento e maturidade. Neste estudo, a histologia de Fasolasuchus tenax e Prestosuchus chiniquensis foi examinada para inferir aspectos de suas his

A evolução do pescoço: Da água a terra

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  A evolução e o desenvolvimento do pescoço nos vertebrados representam um marco crucial na história da vida no planeta. O pescoço, uma estrutura que confere mobilidade e flexibilidade, desempenha um papel fundamental na adaptação e na sobrevivência em diversos ambientes. O surgimento do pescoço remonta aos primeiros vertebrados aquáticos, onde a necessidade de capturar presas e se locomover eficientemente impulsionou a evolução de estruturas cervicais distintas. Nos peixes primitivos, o pescoço era pouco desenvolvido, com uma estrutura óssea rígida e limitada mobilidade. No entanto, com o surgimento dos peixes de nadadeiras lobadas (Sarcopterygii), uma nova era na evolução do pescoço teve início. A separação da cintura peitoral/escapular do crânio permitiu uma maior liberdade de movimento, levando ao desenvolvimento de músculos cervicais mais complexos. À medida que os vertebrados terrestres começaram a colonizar ambientes terrestres, o pescoço tornou-se ainda mais importante. Os prim

Alongamento: O papel da fáscia profunda no quadríceps

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A prática do alongamento muscular é um dos melhores exercícios físicos que, quando realizado regularmente, garante diversos benefícios à saúde. Porém, a capacidade de estiramento de um músculo depende de seu limite de alongamento, variando de pessoa para pessoa. O quadríceps é o principal grupo muscular da parte anterior da coxa e, ao ultrapassar sua tolerância ao estiramento, gera desconforto, geralmente associado à ação do músculo reto femoral. Entretanto, outros tecidos presentes na coxa, como os da fáscia, especificamente fáscia lata e a fáscia profunda, também atuam neste processo e podem limitar a amplitude do alongamento.  Diante disso, o estudo investigou o papel da mudança de tensão da fáscia lata na tolerância ao alongamento. A fáscia lata é uma camada superficial de tecido conjuntivo que envolve a coxa, logo abaixo da pele, enquanto a fáscia profunda, também composta de tecido conjuntivo, envolve e separa grupos musculares adjacentes, sendo ambas responsáveis pela transmissã

Perdidos no Labirinto Hormonal - O Papel da FUZ no Desenvolvimento da Hipófise -

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       Então, o cílio primário, que assemelha-se a capilares minúsculos nas células, é crucial para o desenvolvimento da glândula pituitária, a qual auxilia na regulação de algumas funções corporais ao secretar hormônios, controlando outras glândulas e outros processos fisiológicos. Realizou-se um estudo com ratos que não tinham esses cílios, observou-se que eles tiveram dificuldades em ativar os sinais específicos para o desenvolvimento da pituitária. Durante a fase de crescimento do embrião, a pituitária precisa desses sinais específicos para formar-se corretamente. Existem genes importantes para a formação desses capilares, como o FUZ, mas quando estes sofrem mutações a pituitária sofre deformações, juntamente com outras partes do corpo.      Os pesquisadores analisaram que o gene FUZ é ativo em partes cruciais do cérebro em crescimento, incluindo na localização da pituitária. O rato sem esse gene ficaram com problemas na cabeça e defeitos na pituitária, além disso também afetaram p

Estrutura, Força e Selvageria: Uma análise craniana comparativa entre guardiões do gado e outros canídeos.

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Os cães guardiões de gado (CGG), como o Kangal Turco, que possui a mordida mais forte do mundo canino e o Pastor-jugoslavo foram criados seletivamente para proteger rebanhos de ovelhas e cabras na região da Ásia ocidental e dos Balcãs, contra predadores como lobos, cães selvagens e ursos. Esses cães apresentam características comportamentais semelhantes, porém sua morfologia é distinta. Portanto, um estudo foi realizado com o objetivo de determinar a diversidade morfológica craniana dos CGGs asiáticos e dos Balcãs. Além disso, buscou-se comparar os resultados com outros cães e verificar se sua morfologia é mais semelhante à deles ou a espécies selvagens relativamente próximas, como o Canis lupus e o Canis dingo . Para isso, foi utilizada uma geometria 3D que avaliava o tamanho e a forma craniana dos indivíduos. Os resultados mostram que os CGGs apresentam semelhança na forma e tamanho dos crânios em cães mesocefálicos (equilíbrio craniano com o plano nasal) sendo grandes e robustos, p

Modelos de Cultura 3D e o Avanço na Luta Contra o Câncer

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A cultura de células em modelo tridimensional foi um marco revolucionário no conceito de pesquisa e estudos clínicos. O sistema de cultura bidimensional, apesar de efetivo e ainda amplamente utilizado, tem suas limitações, já que não reproduz um efeito tão similar ao in vivo. Os modelos tumorais in vitro 3D se mostraram a maneira mais eficaz de avaliar a eficácia de fármacos contra o câncer. A modelagem imita as características do tumor e as interações célula-célula para o entendimento da melhor resposta contra o câncer. As amostras de cultura são fabricadas por meio de bioimpressão, e no dado estudo, foram utilizadas linhas de células de câncer de bexiga, coletadas da ATCC (Empresa americana de coleta, armazenamento e distribuição de microrganismos, linhas celulares e outros materiais de pesquisa). Dessa forma, foi possível examinar os efeitos de inibição do câncer por meio das substâncias adicionadas (rapamicina e BCG). Para níveis de comparação, foi feito um experimento, comparando

Reconstrução muscular de um animal Jurássico

  O artigo apresenta uma reconstrução detalhada da musculatura dos membros posteriores em Piatnitzkysauridae, é um grupo que inclui um ancestral comum e todos os seus descendentes, tanto os que ainda existem quanto os que já foram extintos, isto demonima-se clado. Eles foram o primeiro ramo de Megalosauroidea, caracterizado como uma das primeiras linhagens a ter evoluído com tamanho corporal moderado. Os Estudos foram realizados em três espécies de terópodes, focando Piatnitzkysaurus, Condorraptor e Marshosaurus. O objetivo é entender como esses terópodes jurássicos poderiam ter se locomovido com base em evidências anatômicas e comparações com animais vivos, como aves. Embora existam limitações para a reconstrução de organismos fósseis devido à falta de preservação de tecidos moles (como músculos e tendões), avanços significativos foram feitos usando modelos biomecânicos, simulações computacionais e outros métodos.  O espécime de terópode encontrado em melhor estado de conservação e co