Alongamento: O papel da fáscia profunda no quadríceps

Desenho de personagem de desenho animado

A prática do alongamento muscular é um dos melhores exercícios físicos que, quando realizado regularmente, garante diversos benefícios à saúde. Porém, a capacidade de estiramento de um músculo depende de seu limite de alongamento, variando de pessoa para pessoa.

O quadríceps é o principal grupo muscular da parte anterior da coxa e, ao ultrapassar sua tolerância ao estiramento, gera desconforto, geralmente associado à ação do músculo reto femoral. Entretanto, outros tecidos presentes na coxa, como os da fáscia, especificamente fáscia lata e a fáscia profunda, também atuam neste processo e podem limitar a amplitude do alongamento. 

Diante disso, o estudo investigou o papel da mudança de tensão da fáscia lata na tolerância ao alongamento. A fáscia lata é uma camada superficial de tecido conjuntivo que envolve a coxa, logo abaixo da pele, enquanto a fáscia profunda, também composta de tecido conjuntivo, envolve e separa grupos musculares adjacentes, sendo ambas responsáveis pela transmissão de força passiva durante o processo de alongamento. Observou-se que, ao mudar o ângulo de flexão do joelho, ocorre uma tensão no músculo tensor da fáscia lata e, consequentemente, na fáscia lata.

Diante disso, experimentos foram realizados propondo alongamentos, com diferentes graus de flexão do joelho, variando de 70 a 130°, em diferentes pacientes. Os resultados mostraram tensão apenas na fáscia lata, conforme variava o grau de flexão e não no músculo em si. 

Perante tais informações, o estudo concluiu que o tecido da fáscia é importante no mecanismo de alongamento e que delimita o quanto o quadríceps pode alongar.



Escrito por João Victor Reis da Cruz , discente do curso de farmácia da UERJ-ZO.
Revisão textual por Bruna Merces
Publicado por: Diego Aguiar e Bruna Merces


Referência bibliográfica:

GERMAIN, F.; PERRIN, R. Stretch tolerance and elastic passive reaction of the quadriceps femoris seem to depend more on the fascia profundis taut surfaces than on the underlying stretched muscle. Journal of Anatomy, v. 243, n. 6, p. 1059-1065, dez. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1111/joa.13931. Acesso em: 14/10/2024.

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