Câncer - alterações metabólicas

Alterações metabólicas em células cancerígenas têm sido amplamente estudadas. Processos como a gliconeogênese, fosforilação oxidativa e oxidação de ácidos graxos podem participar do desenvolvimento e progressão de tumores, podendo ser ainda mais cruciais que o efeito Warburg, considerado anteriormente o principal ator do metabolismo cancerígeno. Nele as células voltam seu metabolismo para a glicose aeróbica. Esse entendimento sobre o efeito Warburg ofuscou importantes mediadores moleculares pertencentes a mitocôndria, alguns podem definir até mesmo a resistência medicamentosa. Dentre os eventos ocorridos na mitocôndria pode-se destacar: a superprodução de espécies reativas de oxigênio, formação de oncometabólicos, mutações no mtDNA e DNA nuclear e metabolismo das mitocôndrias e das células TME. Todos os eventos citados tem papel importante no aparecimento, desenvolvimento, progressão e nível de agressividade de tumores. O estudo também observou como a quimioterapia matou células que posteriormente adquiriram resistência as terapias através da indução a autofagia, este evento demonstrou ligação com a fosforilação oxidativa que pode tornar tumores sensíveis aos inibidores de fosforilação, além de acarretar a formação de complexos que induzem as células cancerígenas a sofrer danos e morte celular. Metais, como por exemplo o arsênico, óxido de ferro e manganês, são capazes de penetrar estruturas e desencadear a morte de células cancerígenas.  Também foi observado que canceres com taxa de crescimento acelerada dependem da oxidação de ácidos graxos para suas demandas metabólicas e podem aumentar a oxidação usando mecanismos como a lipólise e a síntese, ativação e absorção de novos ácidos graxos. Podemos incluir também a influência dos aminoácidos no comportamento do tumor, sendo eles: glutamina, asparagina, arginina, cisteína, prolina, metionina e serina. Esses aminoácidos influenciam  respectivamente o crescimento, fator de troca, progressão, prognóstico, progressão associada a síntese de proteínas, proliferação celular e metabolismo dos vários tipos de câncer. A terapia com aminoácidos requer triagem para selecionar os pacientes que podem obter benefício deste tratamento.

O estudo concluiu que visar as alterações metabólicas em células cancerígenas torna possível o desenvolvimento de novos fármacos e estratégias terapêuticas, aumentando a eficácia dos tratamentos contra o câncer.

Por Sarah Cristina Braga Ferreira e Brunna Costa Rodrigues de Mello

Revisado Textual por Nathália B. da Silva e Júlia Araujo

Publicado por Diego Aguiar e Fabíola Duarte


 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crista neural e formação do tubo neural na fase embrionária

Raft lipídica em xeque

A importância do colesterol na membrana interna