Vacinas intranasais contra COVID-19 revolucionam a imunização




A pandemia do COVID-19 chegou de forma inesperada e causou um grande impacto no cenário mundial, e foi necessária uma imediata resposta a essa doença, trazendo assim uma grande variedade de vacinas bastante efetivas no mercado, mas que precisam de constantes reforços para manter ou aumentar as respostas imunológicas, e ainda assim as vacinas possuem algumas deficiências devido a sua via de administração intramuscular. Uma nova vacina tem sido desenvolvida por via intranasal contra o COVID-19, aumentando drasticamente a imunidade a longo prazo e a segurança, assim como uma alta imunidade mucosa, nos tipos de síndromes agudas respiratórias de coronavírus (SARS-CoV-2), incluindo a Omicron. Enquanto nas vacinas atuais a eficácia decaiu ao longo do tempo, a vacina desenvolvida evoca a imunidade mucosa que resiste e se torna neutralizar partículas virais no local da infecção, podendo responder de forma imediata, prevenindo a infecção viral respiratória.  


Em janeiro de 2020, quando o primeiro genoma do SARS-CoV-2 foi lançado, houve um grande progresso no desenvolvimento de uma vacina contra o COVID-19. O SARS-CoV-2 é o patógeno respiratório viral responsável pela atual pandemia global. Até o momento, mais de 200 vacinas estão sendo desenvolvidas globalmente contra o SARS-CoV-2, o patógeno da pandemia de COVID-19. Todas as vacinas COVID-19 aprovadas pela Organização Mundial da Saúde até o momento foram administradas por via intramuscular.


Cada via de vacinação fornece um perfil de proteção único para vírus respiratórios. A vacinação intramuscular produz uma resposta imune sistêmica dominada pela IgG sérica, produzindo assim uma resposta imune mínima ou nenhuma resposta imune da mucosa no local da infecção. Portanto, o trato respiratório superior pode ser vulnerável à replicação e transmissão viral pois não possui as respostas imunes da mucosa que surgem da infecção natural ou da vacinação intranasal. No entanto, a vacinação intranasal pode fornecer uma resposta sistêmica de IgA local robusta, como ocorre durante a infecção natural, o que pode levar a uma proteção total. A hipótese de pesquisa é que as vacinas devem induzir respostas imunes mucosas e sistêmicas para obter imunidade esterilizante ao SARS-CoV-2.


A imunidade ideal da vacina COVID-19 requer a ativação de respostas celulares e humorais relacionadas à ativação e maturação celular para gerar anticorpos funcionais para neutralizar o SARS-COV-2, bem como as respostas de memória. Os adjuvantes da vacina podem aumentar as respostas imunes celulares e hormonais necessárias para a imunidade da vacina COVID-19. Nesses estudos, uma vacina COVID-19 recombinante foi gerada contendo o domínio de ligação ao receptor (RBD) do antígeno de pico SARS-CoV-2 conjugado com Eco CRM® (CRM197 expresso por E. coli). A reticulação CRM197 e proteínas de antígeno alvo candidato podem gerar estruturas semelhantes a nanopartículas contendo múltiplas cópias do antígeno alvo. CRM197 tem sido usado em vacinas licenciadas para ajudar a aumentar a imunogenicidade de antígenos polissacarídeos, promovendo respostas dependentes de células T, e também tem sido usado para aumentar a imunogenicidade de proteínas fracamente imunogênicas, como proteínas da malária.


No geral, o objetivo do estudo foi avaliar a eficácia da vacinação intramuscular e intranasal com BREC-CoV-2 contra SARS-CoV-2 usando o modelo de desafio de camundongo K18-hACE 2. Uma série de estudos de imunogenicidade e desafio murino foi descrita, e levaram a uma formulação de vacina protetora e via de administração. As descobertas demonstram que a  vacinação BREC-CoV-2 administrada usando um reforço intramuscular e um reforço intranasal protegeu camundongos contra doses letais tanto da cepa ancestral quanto da Delta SARS-CoV-2. A hipótese é que a imunização intranasal, que induz uma combinação de respostas imunes mucosas e sistêmicas, levaria a uma melhor proteção contra SARS-CoV-2 do que a vacinação intramuscular com BREC-CoV-2.


Tendo esses dados em vista, a imunização intranasal se torna ainda mais rentável do que a intramuscular, causando uma maior proteção contra a doença logo nos primórdios do contágio e, assim, evitando maiores gastos com a produção e distribuição das vacinas intramusculares ao aumentar imunidade a longo prazo e sendo ainda mais eficaz por produzir respostas ambas da mucosa e do sistema imunológico, tornando a defesa contra a o SARS-CoV-2 ainda mais ampla. 


Texto e Imagem por Samiris e Eduarda - Curso de Farmácia da UERJ Campus Campo Grande

Docente: Diego Aguiar


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https://www.nature.com/articles/s41541-022-00451-7



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