Diversidade na produção dos cantos das aves


Os pássaros podem produzir uma diversidade impressionante de sons. O comportamento vocal desempenha um papel evolutivo de suma importância no caso das aves, como por exemplo, o canto é extremamente importante no cortejo, na competição entre machos e noutros comportamentos chaves ligados à reprodução. Comparando espécies suboscinos e oscinos percebe-se que os oscinos, conseguem diversidade vocal, através de um controle neuromuscular diversificado e rico; já os suboscinos, na ausência da aprendizagem vocal, apresentam adaptações morfológicas que permitem gerar diversidade de características acústicas. Em contraste com os oscinos, que aprendem vocais, os passeriformes suboscinos, normalmente, desenvolvem canções normais sem aprender. Em comparação aos oscinos, os suboscinos possuem um conjunto menos complexo de músculos seringais, mas apresentam notável diversidade morfológica da siringe (órgão vocal do pássaro). O objetivo do estudo é, principalmente, revisar os mecanismos de produçãosonora em aves oscinas e suboscinas, destacando como as espécies suboscinas utilizam adaptações biomecânicas para gerar cantos muito ricos e variados. 


Nos últimos anos, muito progresso foi feito na compreensão dos mecanismos físicos e na dinâmica envolvidos na geração do canto dos pássaros oscinos. O quadro é bem diferente quando se trata do irmão dos oscinos, os pássaros suboscinos, que se acredita serem, em sua maioria, aprendizes não vocais. Essas aves apresentam uma notável diversidade anatômica e os mecanismos utilizados na geração de seus cantos são extremamente diversificados. Conclui-se, portanto, que o estudo comparativo destes grupos filogeneticamente próximos, permite-nos estudar o impacto evolutivo da presença ou ausência de aprendizagem vocal.



Referências: Ana Amador, Gabriel B. Mindlin; The dynamics behind diversity in suboscine songs. J Exp Biol 15 June 2023; 226 (12): jeb227975. doi: https://doi.org/10.1242/jeb.227975 


Texto e imagem elaborados pelas discentes de Farmácia da UERJ ZO, Luiza Maria Ventura da Silva e Lavínia Muniz de Lima.

Revisão textual por: Samiris Fernandes.

Publicado por: Diego Aguiar.




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