O que o açúcar faz com os seus poros

O-linked β-N-acetylglucosamine (O-GlcNAc) é uma modificação pós-tradução de açúcar de resíduos de serina ou treonina encontrada em proteínas nucleares, nas mitocôndrias e no citoplasma de organismos de múltiplas células. Os níveis de OGlcNAc no interior da célula tem respostas intensas a estímulos nutricionais e aumentam em resposta de estímulos estressantes. As nucleoporinas (NUPs) são as maiores proteínas afetadas por O-GlcNAc e ainda tem sua função no complexo de poro nuclear (NPC) desconhecida. Grande parte do OGlcNAc é encontrado nas FG NUPs, proteínas nomeadas pelas extensas regiões de repetição de fenilanina-glicina desordenadas. 

Os domínios FG estendem-se para o canal central do NPC, formando uma barreira de permeabilidade reguladora do tráfego de entrada e saída nuclear. As menores proteínas atravessam o NPC por difusão passiva e as maiores são transportadas pelas carioferinas. Por causa da grande quantidade de O-GlcNAc em diversos pontos, torna-se difícil o teste de função no NPC. Sua eliminação não pode ocorrer porque ele é vital na reprodução das células dos mamíferos. A partir de pesquisas, foi evidenciado que o OGlcNAc consegue regular a estabilidade da célula das NUPs, e quando em baixa quantidade, apresentando maior decomposição da NUP, prejudicando a barreira seletiva. Pesquisadores concluíram com experimento usando sondas optogenéticas que é possível medir as taxas de transporte nuclear para dentro e fora da célula, além de entenderem as variações dessa taxa em outras condições. As variações das taxas de O-GlcNAc podem contribuir para os quadros de doenças neurodegenerativas, câncer e diabetes. Diante dessa questão, o método optogenético de medição de importação nuclear e exportação torna-se uma importante ferramenta para futuras pesquisas sobre como esse transporte é afetado pelas condições instáveis de O-GlcNAc.

Por Luiz Phelippe Noccioli de Carvalho e  Hammy Cristine Ruy da Silva, discente de Farmácia da UEZO.

Docente: Diego Aguiar

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