Qual o papel da mitocôndria no desenvolvimento do córtex humano?




A mitocôndria é conhecida como “bateria” por fornecer energia para todas as funções celulares.  Mas qual a sua importância no desenvolvimento das células neurais? 


A transição de células-tronco neurais para neurônios diferenciados, astrócitos e oligodendrócitos é um processo de alta demanda de energia que consome cerca de 50% da  energia celular para executar os processos-chave de diferenciação. Esses eventos coordenados  são altamente dependentes da adequação da rede mitocondrial. O equilíbrio interno da mitocôndria é rígidamente regulado durante o desenvolvimento cortical,  tendo sua função e estrutura constituindo a base de muitos processos fisiológicos durante o  crescimento. Esse equilíbrio é mantido pela execução de dinâmicas mitocondriais (fusão e  fissão), motilidade e mitofagia. Um estudo de células-tronco neurais no córtex de murino descobriu que a promoção da fusão  mitocondrial aumenta a capacidade de células-tronco neurais se auto-renovarem enquanto que  a fissão mitocondrial induz a diferenciação. Um estudo seguinte revelou que o estado da rede  mitocondrial (fundida ou fissurada) determina o destino das células poucas horas após a mitose.  Esses estudos destacam o papel que a morfologia mitocondrial desempenha nas decisões das  células-troncos neurais e o potencial envolvimento da morfologia e dinâmica mitocondrial em  distúrbios do neurodesenvolvimento. A motilidade é aumentada durante os estágios iniciais do desenvolvimento neuronal para  atender às necessidades da célula em constante remodelação de sinapses.  A mitofagia é essencial nas células que perderam sua capacidade proliferativa. As redes corticais  devem remover mitocôndrias danificadas para evitar a morte celular e manter a saúde neuronal  durante a vida. É vital para o neurodesenvolvimento, já que desregulada pode levar a níveis  aumentados de neuroinflamação. Concluindo, a disfunção mitocondrial contribui para doenças neurodegenerativas e do  neurodesenvolvimento, tornando a mitocôndria um alvo potencial para terapias  farmacológicas. 



Por Angélica Miranda e Letícia Barbosa
Postagem realizada por Fabíola Duarte, discente de Farmácia da UEZO.
Docente: Diego Aguiar

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