Possíveis origens e semelhanças do SARS-COV-2 com outros RNA virais.




Conhecer a origem de um novo vírus é essencialmente importante para desenvolver bloqueios de transmissão, promover a cura dos efeitos adversos, e entender como esse vírus sofre modificações até se tornar compatível com os receptores de células humanas. A nova cepa de corona vírus (SARS-CoV-2), responsável pela Covid-19, tem sido estudada exatamente nessa linha de raciocínio, e não faltam abordagens e especulações sobre esse novo caso. Existe, atualmente, sete cepas de corona vírus de caráter zoonótico, sendo que o SARS-CoV-2 foi descoberto recentemente e possui semelhança de 96,3% com o penúltimo corona vírus (SARS-CoV-1) oriundo do morcego-ferradura, descoberto em 2013. Entretanto, um estudo informal chamou bastante atenção por encontrar uma outra semelhança do SARS-CoV-2 com um outro RNA viral: o HIV-1. A nova descoberta, um tanto polêmica, mostrou que o SARS-CoV-2 apresentou quatro inserções na glicoproteína de pico idênticas as inserções da glicoproteína de pico do HIV-1. A partir dessa semelhança, alguns cientistas especularam a possibilidade do novo corona vírus ter surgido a partir de fragmentos de HIV-1. Os estudos não pararam, até que os seguintes resultados refutaram essa especulação por completo. Através de inúmeras pesquisas de comparações feitas em bancos de dados genéticos (GenBank), o sequenciamento do SARS-CoV-2 mais se assemelhou com o de mamíferos, insetos e bactérias, do que com o próprio HIV-1. Outrossim, foi encontrado incontáveis outros tipos de vírus que possuem semelhanças com o sequenciamento genético do HIV-1, mostrando que essa possível origem era apenas uma coincidência genética, do mesmo modo que foi expressa em outros tipos de RNA virais. Em meio a tantas especulações, estudos, revelações e teorias, pode-se crer que a tese mais aceitável até agora é a de que exista dois cenários mais prováveis para se explicar a verdadeira origem desse novo vírus: a seleção natural em um hospedeiro animal antes da infecção, e a seleção natural em humanos depois da infecção viral. E ainda vale lembrar que a ideia de arma biológica foi contestada, pois o domínio de ligação a receptores do SARS-CoV-2 foi diferente de todos as outras cepas (o vírus é encaminhado a célula pelo produto do gene ECA-2), e esta tem sido estudada persistentemente como uma novidade no meio cientifico.

Texto elaborado por Millena Santos,  integrante do projeto Ciência em Minutos e Graduanda de Farmácia da UEZO e imagem desenvolvida pela integrante do projeto Ciência em Minutos, Graduanda de Farmácia da UEZO, Fabíola Duarte

Coordenador: Diego Aguiar

Gostou? Saiba mais no link abaixo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crista neural e formação do tubo neural na fase embrionária

Raft lipídica em xeque

A importância do colesterol na membrana interna