TGF-beta e menisco: a ascensão de um herói

Como já vimos no post anterior “as vias sempre dão em algum lugar, podemos entender e refletir como as vias de TGF-beta podem nos salvar de uma caminhada dolorosa...

Na maioria dos casos, a osteoartrose dos joelhos começa quando a ocorre uma lesão na cartilagem articular. O maior problema das cartilagens articulares é a inexistência de reparo e regeneração, que acaba resultando em osteoartrose. No joelho, contamos com um grande aliado contra o impacto, e ele se chama menisco (Figura).


O menisco é algo parecido com um disco cartilaginoso, que fica entre o fêmur e a tíbia, e tem a função de reduzir o impacto nas articulações e a fricção. Ele possui duas zonas: uma branca, interna, que é avascular e uma vermelha, externa, que é vascular.

Bem, sabe-se que a zona vermelha se repara e regenera sozinha, mas a branca não é bem sucedida nesse processo. Ela é composta por colágeno tipo I e II, enquanto a vermelha é predominantemente tipo I, e suas células tem características de fibrocondrócitos.

Você deve estar se perguntando: Tá bem, mas o que o TGF-beta tem a ver com isso tudo? Imagine que o TGF-beta tem o poder de vida e morte sobre suas células cartilaginosas, mas não é ele quem escolhe quando é a hora de morrer. Na verdade, não sabemos muito bem quem controla isso, mas sabemos que ele está presente!

Quando compararam o tecido e células da zona branca de um menisco doente e sadio, viram que alguns mediadores da via de TGF-beta, como SMAD2/3, responsável pela homeostasia condrocítica, estava mais evidente no sadio. Inclusive, houve mais marcação de ALK5, receptor de TGF-beta e precursor de SMAD2/3, nesse tecido. RUNX2, um fator de transcrição de diferenciação osteoblástica, estava mais concentrado em células de tecido doente, o que indica uma perda na caracterização normal dessas células. Essas observações mostram que as células-tronco presentes no menisco doente estão mais inclinadas à osteogênese do que à condrogênese e isso é um problema... Mas sabendo disso, podemos encontrar formas de controlar esse processo com a ajuda do TGF-beta.

A ciência não para de avançar e nós não paramos de andar. Haverá um tempo em que nossos joelhos não doerão, mas até lá devemos nos preocupar tanto com eles, quanto com o filtro solar.

Por Diego Aguiar

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