Mecanotransdução celular é o novo alicerce da homeostasia dos tecidos

Durante o desenvolvimento embrionário os folhetos, Ectoderme, Mesoderme, Endoderme e a Crista Neural contribuem para a formação dos tecidos e órgãos do corpo. A biologia do desenvolvimento moderna responsabiliza os fatores de crescimento/morfógenos por controlar os mecanismos moleculares desta maquinaria. Nos últimos anos os biofísicos adicionaram mais um ingrediente a esta mistura, à chamada Mecanotransdução. Apesar de ser um tema recente da ciência, os biologistas do desenvolvimento sempre consideraram os movimentos celulares como um passo extremamente importante para coordenar o posicionamento correto de cada célula durante o processo de formação do embrião. 

A Mecanotransdução estuda a maquinaria celular e as moléculas responsáveis pela fixação das células aos tecidos e a maquinaria capaz de gerar movimento em quatro grandes blocos (Figura). O 1º deles é a matriz extracelular (ME), composta por Colágenos, Fibronectina, Laminina, e Glicoproteínas, que serve como leito estrutural para que a 2ª delas, as chamadas proteínas/receptores presentes na membrana plasmática se fixem (estruturas transmembranas na cor Coral e Verde). Isso garante a ancoragem e de certo modo a imobilidade das células que compõem cada uma das camadas dos tecidos. O 3º bloco é composto pelas proteínas do citoesqueleto, cada uma com uma localização e função precisa dentro da célula. São elas, Tubulina, Actina, Microtúbulos e os Filamentos Intermediários (Linhas Azuis cercadas pela membrana plasmática). O 4º e último, mas não menos importante estão às moléculas sinalizadoras que mantém a homeostasia do sistema e/ou promovem o rearranjo dessa estrutura. Entre as mais estudadas encontramos as vias de sinalização MAPK e Rho, que quanto ativadas podem gerar movimento celular.



A Mecanotransdução é um tema extenso que controla desde a homeostasia dos tecidos até neoplasias como, por exemplo, o controle de abertura dos canais iônicos responsável pelos sinais célula-célula, a manutenção dos movimentos ciliares das células do ouvido interno, a conservação das microvilosidades das células do epitélio intestinal, os movimentos das células musculares, e até a transição epitélio-mesenquima observadas um eventos metastáticos.

     Esta é uma área em grande expansão na ciência, e os abnegados que querem se aventurar neste tema certamente terão muito trabalho a fazer.

Por Diego Aguiar

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