Driblando o mosaico fluido

  A membrana plasmática é um envoltório celular presente nos seres eucariontes, que possui duas faces com distribuições distintas de lipídios e proteínas, bem como a distribuição de cargas- a porção citoplasmática possui a maior proporção de carga negativa. O arranjo das composições de cada face confere a assimetria transversal da membrana, permitindo o movimento de endocitose.
O estudo visa entender os mecanismos que ampliam a absorção da célula. Uma forma de acelerar esse processo, seria submeter o meio extracelular a um pH ácido, uma vez que auxiliaria na formação de botões e vesículas de membrana que consistem no englobamento e entrada, respectivamente, de macromoléculas na célula. Essa abertura, entretanto, também serve como porta de entrada para toxinas e vírus, já que que esses aproveitam o baixo pH, na via endocítica, para facilitar o escape endossomal. A saída encontrada para evitar essa invasão seria, então, protonar a face extracelular da membrana. Isso induz assimetrias de carga local, capazes de promover e acelerar a formação de invaginações e vesiculações, acompanhadas pela absorção de macromoléculas, impedindo a entrada de toxinas e vírus na célula. 
Percebe-se que a exposição da superfície celular a uma alta concentração de prótons está associada à captação aumentada de macromoléculas. Essa absorção prossegue através da formação induzida, por prótons, de invaginações para dentro da membrana plasmática com consequentes vesiculações, que passam por reciclagem rápida acompanhada da liberação de seu conteúdo no citosol. Ela ocorre através de uma nova via de entrada, diferentemente da que está presente na endocitose: a captação de macromoléculas induzida por prótons é independente das vias de endocitose, assim como não está relacionada com o mecanismo de fusão desencadeado por baixo pH.


  
Colaboradores:
Allan Fanto
Andressa Torres
Gabriela Caamaño


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